Hot in the City


Quanto menos roupa visto, mais calor tenho. Estou destilada. Não aguento mais sentir os {poucos ou quase nenhuns} trapitos que trago vestidos, colados ao corpo, a base a derreter e os óculos de sol a escorregar pelo nariz abaixo. Por este andar a factura da água vai ser a dobrar no fim do mês, pois não há banhos que cheguem -  e pior - que refresquem. Ouvi dizer que na Amareleja, as temperaturas chegaram aos 50º. Por favor! Queremos um clima de Verão, não queremos morrer escalfados em suor, como ovos em água a ferver. Vejam lá se organizam o tempo, caso contrário temos que começar a andar vestidos como os Árabes, para evitar queimaduras de primeiro grau enquanto estamos parados no trânsito. Xiça penico!

Ó tempo volta pra trás

Não sei se foi do calor ou não, mas hoje dei por mim a remexer na velha caixa de sapatos guardada no fundo do armário {aquela onde guardamos verdadeiras quinquilharias como se fossem autênticos tesouros}. Entre pedras e conchas da praia, postais de Natal, cartões de aniversário, bilhetes de cinema e algumas caixas de fósforos e bases de copos de diversos bares, que trazia no bolso a pensar que ninguém reparava, encontrei uma foto {minha claro} com alguns... sei lá... quatrocentos anos no mínimo.  Depois do ataque de riso que a descoberta obrigava, recompus-me com alguma dificuldade e fui buscar as minhas fotos recentes, tipo assim para comparar o antes e o depois. Creio que foi nessa altura que chorei. Já estou a caminho da terceira idade e nem me apercebo como o tempo passou por mim. Agora entendo a minha mãe, quando ouvia o António Mourão com a lágrima no canto do olho, enquanto fazia o jantar e ele cantava - ó tempo volta pra trás, traz-me tudo o que eu perdi - e eu que pensava que era da cebola. Dah!!!